Esclerose múltipla: conheça as principais causas, sintomas e tratamentos

Especialistas falam sobre os cuidados com a doença e os riscos que a enfermidade pode causar Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 2,5 milhões de pessoas […]

03/10/2022

Especialistas falam sobre os cuidados com a doença e os riscos que a enfermidade pode causar

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 2,5 milhões de pessoas são afetadas pela doença no mundo. A neurologista e professora do curso de Medicina da Universidade de Franca – Unifran, Thaísa Mourão, ressalta que a doença não é hereditária e sim autoimune, além de ter um predomínio maior em adultos, jovens e mulheres.

Para a professora Bianca Oliveira, neurologista e docente do curso de Medicina do Centro Universitário de João Pessoa – Unipê, a população muitas vezes acaba confundindo o termo esclerose múltipla. “Na neurologia nós temos várias doenças definidas como esclerose e a primeira coisa que devemos lembrar é que não é uma doença dos idosos, diferente do paciente com Alzheimer, e o múltiplo não é múltiplo por afetar diversos órgãos ou sistemas, mas sim porque possui várias lesões no cérebro ou na medula, portanto é uma enfermidade exclusiva do sistema nervoso central”, explica.

“Há também os sintomas invisíveis, como a fadiga, a qual é mais difícil de ser identificada. Podendo ser incapacitante, como não conseguir levantar da cama, não arrumar o quarto. Em alguns casos, a pessoa está com sintomas da enfermidade, mas não percebe”, contextualiza a docente do Unipê.

Oliveira fala que por ser autoimune o sistema de defesa agride o organismo, ou seja, esse é um dos motivos pelo qual a doença não tem cura. “Como ela afeta vários locais do cérebro e da medula, o paciente pode ter uma perda visual, enfraquecimento muscular de uma perna ou braço, incoordenação motora, dificuldades na fala, problemas para engolir, enxergar duplicado, entre outros. Portanto, as lesões vão variar de acordo com cada paciente e isso faz com que o tratamento seja individualizado”, esclarece.

Prevenção e tratamento

Por se tratar de uma doença crônica, assim como a diabete, a esclerose múltipla não tem cura e o tratamento deve ser realizado pelo resto da vida. Porém, apesar de crônica, é completamente possível levar uma vida saudável e com qualidade se o tratamento for seguido corretamente.

“O tratamento evoluiu muito ao longo dos anos, e dependendo do caso, usamos corticoides, que são anti-inflamatório, capazes de combaterem alguns anticorpos. Para prevenir os surtos, existem várias medicações disponíveis, as mais antigas são injetáveis, depois vieram por veia e por último as orais”, comenta Thaísa.

A professora do curso de Medicina do Unipê lembra que “a reabilitação, seja fisioterapia, fonoaudiológica, acompanhamento psicoterapêutico ou acompanhamento nutricional, tudo é essencial para a qualidade de vida, pois o tratamento e acompanhamento deve ser multidisciplinar.”

Bianca finaliza dizendo que o tratamento medicamentoso é de uso contínuo, individualizado. Contudo, são medicamentos de alto custo, não sendo encontrados em farmácias e são fornecidos pelo SUS.